Trata-se de uma das mais antigas formas de fermentação aplicada à indústria. Caiu em desuso, uma vez que a rentabilidade do processo de formação de butanol a partir de petroquímicos bastante maior. O processo tem vindo a ser optimizado, tratando-se cada vez mais viável.
A biomassa constituida por resíduos agrícolas e florestais ricos em açucar e amido, são frequentemente utilizados como alimentação deste tipo de processos.
A fermentação ABE processa-se em duas fases nas quais participam duas bactérias. È a participação destas bactérias que tornam este processo bastante interessante do ponto de vista da valorização de resíduos florestais ou agrícolas, já que estas são capazes de produzir complexos multienzimáticos que processam a hidrólise da celulose.
1ª fase – Acidogénese (C. tyrobutylicum) A glucose é transformada em ácido butírico, CO2 e H2.
2ª fase – Formação de solventes (C. acetobutylicum) Etanol, butanol e acetona.
A recuperação de butanol pode ser feita a partir de destilação, o que implica custos elevados em termos de energia, uma vez que este solvente tem um ponto de ebolição bastante elevado. Existem outros métodos que embora sejam mais atractivos economicamente, não são tão eficientes. Ao nível industrial é frequente optar-se pela integração de outros métodos para além da destilação (extracção líquido-líquido, adsorção, gas-sripping, osmose inversa, perextracção, pervaporação, etc.).
Em termos de resíduos produzidos, o hidrogénio pode ser aproveitado para produção de energia. Parte do CO2 é recirculado no próprio processo, conseguindo-se minimizar as emissões de CO2. Quanto aos resíduos sólidos, deste processo resultam as lamas características da fermentação. Estas lamas poderão ser valorizadas.
Para além do seu potencial enquanto processo de valorização energética de resíduos, trata-se de um processo de obtenção de um biocombustível bastante interessante do ponto de vista de rentabilidade energética.